HEAVY
MELODY - MAI 2001
Parte I - ANGRA: Os melhores
momentos, os reais motivos da dissolução e
sua opinião sobre o futuro da banda.
Faça um breve comentário
sobre sua história e trajetória do Angra.
Quais foram seus melhores momentos, os shows mais importantes?
André Matos: Olha, cronologicamente
falando teve vários momentos de pico mesmo, os momentos
mais importantes que a gente passou com o Angra. Eu posso
ressaltar o primeiro show de todos, que foi no Black Jack,
ainda em 92, que foi a estréia do Angra e muita gente
ainda não sabia o que era e foi o recorde de lotação
do Black Jack de todos os tempos, então isso foi
uma coisa muito legal. Depois todo aquele período
em que o Angra tocou muito no Aeroanta também em
São Paulo, foram vários shows no Aeroanta,
a gente cada vez tentava caprichar mais, ainda era aquela
banda que estava crescendo e tal. A primeira turnê
na Europa também foi uma coisa marcante porque a
gente pastou bastante lá e passou por varias coisas
difíceis, mas no final saímos vitoriosos da
turnê. Daí por diante a coisa só foi
crescendo, quer dizer, o primeiro show que nos fizemos aqui
em São Paulo no Palace foi muito legal, todas as
turnês pelo Brasil inteiro que a gente teve a oportunidade
de tocar, desde o Sul ate o Norte, todos os lugares, a legião
de faz que a gente criou no pais inteiro, no Nordeste, interior,
Rio de Janeiro, Minas, Sul, Paraná, enfim. O ponto
culminante, o top mesmo da carreira do Angra foi o show
que a gente fez em Paris, no Zenit, quando eu tive a honra
de receber o Bruce Dickinson como convidado, para mim aquilo
e uma coisa impagável, uma coisa que ate hoje na
verdade eu não acredito que aconteceu e eu falo isso
muito mais como fã do que como musico e isso acho
que foi a grande recompensa de todos esses anos, depois
disso realmente eu já poderia morrer ali que eu estava
feliz.
Comente separadamente cada um dos CDs da banda e faça
uma comparação entre cada fase da banda.
André Matos: Vamos lá:
Soldiers of Sunrise: Quando
eu ouço Soldiers eu percebo que eu era
um cara estreante, novato, completamente verde naquilo que
estava fazendo, mas fazendo aquilo com uma puta garra cara.
Naquela época eu era muito mais um fã do que
um músico, a minha idéia que eu tinha na cabeça
era um dia chegar num nível de ídolos que
eu admirava. Então eu era um clone de alguns cantores
que eu admirava naquela época, tipo Bruce, Rob Halford,
Eric Adams, por aí vai. Então o Soldiers
foi praticamente minha primeira experiência no estúdio,
eu tinha na época uns 15 anos, então eu era
um adolescente fazendo aquilo que gostava, super feliz de
estar podendo gravar o primeiro disco. Eu me lembro muito
bem da emoção que eu tive quando segurei o
disco na mão pela primeira vez, eu não podia
acreditar que a minha voz estava ali marcada naquele vinil
e foi uma emoção muito grande. Então
tudo isso me lembra de um momento muito mágico, muito
nostálgico até, do início de carreira
e tal .
Theatre of Fate: O Theatre
foi uma coisa que já começou a dar um salto
mais profissional, uma coisa que o Viper fez aqui no Brasil
numa época que ninguém estava fazendo isso,
uma produção grande, com um produtor de fora.
Eu me lembro que eu estava mais ainda envolvido com música
clássica também, eu tinha acabado de entrar
na faculdade de música e comecei a escrever uns arranjos
para o disco, com coisas clássicas e tal. A gravação
em si foi muito legal, foi inesquecível, acho que
também rolou um clima muito legal naquela época
e o Viper já estava mais consolidado e depois do
Theatre realmente ele explodiu no Brasil, para uma banda
daquele nível no Brasil era uma coisa bem difícil.
Depois eu sai do Viper por questões que já
foram explicadas, quer dizer, a banda queria mudar o estilo,
já não queria mais seguir fazendo aquilo que
estava fazendo no Theatre e aquilo era realmente
o que eu estava afim de fazer e por isso rolou o Angra.
Angels Cry: O primeiro disco
Angels Cry foi mais ou menos a continuação
daquilo e aí realmente foi a primeira vez que a gente
gravou fora. Também foi o primeiro disco da banda,
mas já com bem mais experiência e foi um marco,
foi o disco que mais vendeu do Angra até hoje, por
causa das músicas e acho que também aquela
energia da banda iniciante, da banda estar no começo
junta e estar querendo fazer a coisa também rolou
muito.
Holy Land: O Holy Land na
verdade é o disco que é meu xodó, assim,
no ponto de vista musical. Acho que é trabalho mais
completo que o Angra já fez e mais criativo, o que
a gente foi realmente fundo, a gente se dedicou mesmo a
composição e gravação, a temática,
é um disco conceitual e tal.
Fireworks: E o Fireworks
foi uma experiência já bem mais a nível
profissional, a gente fez tudo lá em Londres com
o Cris Tangarides e aprendemos muita coisa assim, de como
se comportar num estúdio, de como saber tirar o som
por sí próprio e foi uma coisa bem legal
E agora no SHAMAN a gente está querendo dar início
a uma nova fase, e até começar a co-produzir
o próprio disco, quer dizer, a gente começaria
a gravar o disco por aqui e entraria com uma co-produção
de algum produtor.
Você é muito querido lá fora. Como
as pessoas de seu contato reagiram com sua saída
do Angra? Quanto aos fãs, imprensa e bandas amigas,
o que acharam sobre os motivos?
André Matos: No primeiro momento
foi muito difícil para todo mundo entender, porque
os motivos eram muito mais internos do que alguma coisa
que estivesse declarada, uma briga declarada ou coisas que
geralmente acontecem entre as bandas. Na verdade o motivo
foi uma coisa mais particular de todos nos mesmos, o que
aconteceu foi que o clima entre a banda estava ficando insuportável,
estava ficando muito ruim devido a uma serie de fatores
que nem vem ao caso aqui pois já entra para um lado
mais burocrático da coisa. Mas essa coisa do clima
entre a banda estava realmente prejudicando tudo, principalmente
o lado musical, e muitas pessoas do publico, os faz e tal,
já estavam percebendo isso, já estavam indo
aos shows e achando que alguma coisa não estava rolando
legal no palco, alguma falta de sintonia estava sendo bem
aparente entre a gente e agora que realmente a gente se
da conta disso, com esse recomeço, com essa banda
nova e tudo, a gente vê a diferença que isso
esta causando na gente na hora de tocar, a garra que a gente
tem para tocar e outra, e outro tipo de motivação.
E o publico não e burro, o publico percebe tudo isso
e os fãs que a gente pode conversar nesses poucos
shows que o SHAMAN já fez aqui no Brasil vieram falar
exatamente isso para gente, que eles sentiram uma diferença
enorme e que eles perceberam que o Angra já estava
nas ultimas porque o clima estava muito estranho, eles perceberam
isso no show. Então assim, isso e legal porque e
um reforço para a gente no sentido que fizemos aquilo
que estava correto fazer, mesmo que num primeiro momento
fosse muito incompreensível para todo mundo, muita
gente ficou triste, muita gente não entendeu, teve
gente que ate fez ate abaixo assinado para a banda voltar
e etc. Eu agradeço ate a atitude de todas essas pessoas,
pois isso demonstra um amor a banda, amor a musica que a
gente fazia e é muito difícil você explicar
para eles num primeiro momento o que estava acontecendo
mas acho que agoira ficha esta caindo para todo mundo e
graças a Deus esta todo mundo do nosso lado e o publico
e muito fiel. Passado este impacto inicial, que na verdade
foi muito maior para nos mesmos do que ate para o publico,
isso que eu queria que todo mundo soubesse, que não
foi uma atitude fria e calculista de nossa parte, demorou
muito tempo para a gente tomar essa atitude porque envolvia
um lado emocional muito grande, mas a partir do momento
que tomamos essa atitude não somos homens de voltar
atrás na palavra e realmente agora e olhar para a
frente, para o futuro e tentar fazer uma coisa melhor do
que a gente estava fazendo.
Como descobriram que os CDs do Angra estavam sendo pirateados?
André Matos: De fato a pirataria
estava rolando solta. Ë muito frustrante você
trabalhar mais de 10 anos numa banda e perceber que 70%
do que você está vendendo de discos são
discos piratas e a banda não tem um retorno disso,
a banda não tem dinheiro para reinvestir nela própria,
e para melhorar as produções e etc, que é
nossa preocupação principal. A gente não
tem a preocupação de ficar rico, milionário
nem nada, agora, você ter a grana para poder reinvestir
numa gravação melhor, para investir em instrumentos,
para investir em pesquisa de músicas novas que você
vai fazer e etc, é muito importante para qualquer
grupo. E não é justo que você esteja
vendendo aí perto de 100 mil cópias no Brasil
e não esteja vendo a grana de nem 20 mil, por isso
eu acho que para nós foi muito importante a gente
romper com toda essa estrutura que foi criada em torno no
Angra e que estava difícil de romper, mesmo porque
não eram todos membros da banda que estavam concordando
com isso. Então a nossa saída foi essa, foi
realmente a gente dissolver a banda e criar uma banda nova,
com um nome diferente, uma vez que o nome Angra tinha sido
registrado pelo próprio empresário, é
um nome que pertence ao empresário.
Mas vocês tem provas dessa pirataria? O que pretendem
fazer a respeito?
André Matos: Olha, o primeiro
indício que a gente teve na verdade não foi
nem no Brasil, foi mesmo até no México quando
a gente estava tocando lá, onde curiosamente, quase
todos os discos que a gente pegou no México para
assinar em tarde de autógrafos eram discos Argentinos.
Acho muito estranho discos Argentinos no México e
quando a gente descobriu que os discos Argentinos eram vendidos
na Cidade do México por um preço de Us$5,00
cada um, a gente chegou a conclusão que isso seria
impossível, se você fizer as contas, você
não pode importar um CD de um outro país,
pagar o frete, pagar os impostos, pagar os direitos autorais
e vender por um preço de R$10,00 um disco. Então
só poderia ser pirata e quando a gente foi a fonte,
quer dizer, se esses discos são realmente Argentinos
então deveria constar na contabilidade da fábrica
Argentina, e isso não constava. A própria
fábrica Argentina, a gravadora Argentina no caso,
veio com uma informação que nós vendíamos
2 mil cópias na Argentina apenas. Olha, parece que
está escrito palhaço na nossa cara! Porque,
quer dizer que a gente vende 2 mil cópias na Argentina
e conseguimos colocar 6 mil pessoas num conserto em Buenos
Aires? Certas coisas, que assim, eu acho que se as bandas
não tomarem consciência e não tiverem
coragem de romper com uma estrutura podre que está
aí, eles vão continuar sacaneando todas as
bandas. Então, é uma mensagem que eu dou,
eu acho que a gente foi bem corajoso de fazer isso mas estamos
tendo uma recompensa positiva e é uma mensagem que
eu dou para todo mundo, ficar bem esperto, de olhos abertos
e isso é o nosso trabalho e a gente tem que valorizar
nosso trabalho. Sem dúvida, não só
nós como todas as bandas que se viram prejudicadas
por isso, nós estamos nos unindo para buscar as provas
e para conseguir realmente enquadrar essas pessoas que agiram
desonestamente com a gente. Eu estou falando de bandas estrangeiras,
quer dizer, todos eles, desde Rhapsody, Stratovarius, GammaRay
e etc.
Parece que bandas como Stratovarius e Royal Hunt já
haviam desconfiado ser vítima desta máfia
Sul Americana, certo?
André Matos: Perfeito! É
notório, os caras vem para tocar aqui e ninguém
é burro. Por exemplo, o Stratovarius, eles vem, eles
enchem uma casa como o Via Funchal com 5 mil pagantes e
na hora de receber os direitos das músicas, na hora
de ver as vendas dos discos, é um número irrisório.
Então assim, eu acho que ninguém é
bobo e estamos todos juntos nessa para moralizar esse negócio
aqui. Eu acho que o Brasil é um mercado lindo, é
um mercado enorme para Heavy Metal, tem um potencial fudido,
tem um potencial de virar um circuito assim super constante
de shows, não estou falando só do eixo Rio
- São Paulo, estou falando do Brasil inteiro, você
tem condições de realizar concertos constantes,
de vender discos, de criar uma industria legal aqui com
gente honesta. Então é por isso
que a gente está batalhando e a gente está
realmente vestindo essa camisa aí.
Mas porque então o Stratovarius teriam aceitado
vir tocar novamente no Brasil mesmo sabendo dessa suposta
máfia?
André Matos: Porque eles ainda
precisam de provas dessa questão toda da pirataria.
Todo mundo sabe que existe, todo mundo sabe que está
rolando, mas é muito difícil pegar quem está
fazendo isso no pulo. Enquanto isso, evidentemente um banda
como o Stratovarius não vai deixar de vir aqui, fazer
um super conserto, agradar os fãs, que na verdade
não tem culpa nenhuma do que está acontecendo.
Pois é, mas eles não tem provas de que são
essas pessoas, então assim, seja quem for que esteja
fazendo isso, vai ter que pagar caro por isso, mas quem
é, a gente ainda não sabe.
Qual seu relacionamento atual com o seu ex-empresário
e o fã-clube do Angra?
André Matos: Nenhum.
Você acredita que a Rock Brigade venha a boicotar
matérias sobre o SHAMAN, ou mesmo que venham a fazer
críticas tendenciosas, já que a revista é
de propriedade de seu ex-empresário?
André Matos: Eu espero que
não, porque isso seria o que pode se esperar de um
veiculo antigo na praça e reconhecido como e a Rock
Brigade, então eu espero que o profissionalismo deles
esteja acima de questões pessoais ou empresariais
que envolvem banda, esse tipo de coisa. Quer dizer, eu acho
que a revista e uma coisa e o lado empresarial da produtora
Rock Brigade e outro, então eu espero ter espaço
na Rock Brigade como ter em qualquer outro tipo de veiculo,
e isso que eu espero.
Da formação que leva o nome Angra,
restou apenas os guitarristas Rafael e Kiko Loureiro. Na
sua opinião, qual o reflexo que esta drástica
mudança na formação original do banda,
pode causar para a personalidade musical típica da
composição do Angra?
André Matos: Acho que vai faltar
muito, vai faltar 70% da banda na verdade, pois no processo
de composição, por mais que um de nós
compusesse uma música, na hora de arranjar a música
era todo mundo junto, então agora vai depender muito
também dos novos integrantes deles para opinarem
na composição e eu acho que eles vão
ter mais problemas com isso do que a gente na verdade, porque
a maioria ficou do lado de cá.
Como está sendo seu relacionamento atual com Rafael
e Kiko Loureiro?
André Matos: Infelizmente não
está sendo! Eu acho que o clima ficou muito pesado
na dissolução da banda e eu prefiro realmente
esperar a poeira abaixar para poder falar com eles numa
boa. Eu não guardo nenhum tipo de rancor deles, eu
acho que eles estão no direito deles de fazer suas
próprias opções. Não foi por
falta de alerta, nós tentamos por várias vezes
conversar com eles enquanto ainda era tempo, descobrir uma
saída mais inteligente para a banda, todo mundo junto,
mas não houve realmente interesse da parte deles
e eu acho que cada um é responsável por aquilo
que faz. Então se eles acreditam que este é
o caminho deles, paciência, desejo boa sorte, mas
isso mostra que o lado deles não tem nada a ver com
o nosso lado e não estamos tendo nenhum tipo de relacionamento
porque na verdade tudo isso foi uma decepção
muito grande para mim especialmente, descobrir outros lados
nas pessoas que a gente não espera, mas a vida e
assim mesmo. Não desejo nenhum mal para eles, quem
sabe um dia mais tarde poderemos até sentar e conversar
sobre tudo isso que aconteceu.
O que acha sobre a escolha de Eduardo Falaschi? E o boato
sobre a especulação de Fabio Lione(Rhapsody)??
Você acha que assim como ocorreu no Sepultura, a escolha
de um substituto gringo pode ser preferência da gravadora/empresário?
André Matos: Olha, eu realmente
não sou a pessoa mais indicada para opinar, eu acho
que agora a decisão é deles. Desejo boa sorte
e que as pessoas que eles tenham escolhido fiquem contentes
de estar tocando com eles também porque isso é
o mais importante. Essa questão do estrangeiro, eu
acho uma besteira, eu não acho que o estrangeiro
tenha mais valor que um brasileiro, muito pelo contrário,
eu tenho visto muito mais talentos aqui no Brasil do que
lá fora, então eu acho que esse tipo de coisa
que aconteceu com o Sepultura e tal, na verdade não
tem que ser uma coisa obrigatória não. Se
for uma coincidência de você conhecer alguém
lá fora e essa pessoa ser uma amigo ou algo do tipo
tudo bem, mas não tem que haver esse tipo de preocupação.
Se eu tivesse que escolher um músico para minha banda,
eu primeiro iria escolher aqueles que estão mais
próximos de mim, aqueles que falam minha língua
e enfim, no meu caso por exemplo, o que rolou de eu ter
uma parceria com o estrangeiro no Virgo, onde seu que sou
o estrangeiro, já que sou o único que não
é alemão na banda, mas isso já vem
de uma amizade de muitos anos, então acho que se
justifica, sem dúvida. Não interessa de onde
você é, a criatividade tem que estar em função
disso. Mas esse tipo de preocupação eu acho
realmente uma pagação de pau besta
e eu não sou de acordo com esse tipo de coisa. Quanto
ao Edú, eu acho que tem alguns vocalistas aqui no
Brasil que se destacam bastante, então o Edú
é com certeza um deles. Eu já tive até
a oportunidade de cantar junto com ele numa participação
que a gente fez num disco de um guitarrista de Santos, o
Rodrigo Alves, e foi bem legal, eu acho que ele está
num nível super profissional e a ele eu desejo muita
boa sorte, que eles se divirtam bastante.
Assim como Fredy Mercury no Queen, Bruce no Iron ou Halford
no Judas, muitos consideravam você a alma do Angra,
assim como no Viper. Qual sua opinião sobre o futuro
do Angra com os novos integrantes, e a reação
do público e da mídia com relação
isto?
André Matos: Eu não
gostaria de opinar nisso não porque na verdade não
é mais da minha conta o que vai acontecer com o Angra
daqui para a frente. Então assim, eticamente falando,
eu só posso desejar boa sorte para eles. Agora, pessoalmente
falando, se eu fosse eles eu mudaria de nome, não
é só pela minha saída da banda, porque
se tivesse saído somente um membro, mesmo que seja
o vocalista, sempre é substituível, existe
até alguns casos de êxito, de algumas bandas
que substituíram o vocalista e se deram bem, é
o caso do AC/DC por exemplo, o caso do Sammy Hagar no Van
Hallen e algumas outras. As vezes você consegue realmente
uma figura carismática, que não tem muito
a ver com o cara anterior e que consegue emplacar. Mas no
caso do Angra, o problema maior é que não
foi só o vocalista, foi o vocalista e a cozinha inteira,
o Ricardo e o Luís, e que são caras que são
muito carismáticos, são muito únicos
naquilo que eles fazem também, então fica
muito difícil substituir três caras ao mesmo
tempo e querer convencer com um nome que a banda tinha antigamente.
Por isso, se eu fosse eles eu mudaria de nome, como a gente
fez, a gente resolveu abrir mão do nome e partir
para uma vida nova.
Parte II - SHAMAN: Apresentação
da nova banda aos velhos fãs, os primeiros shows,
os próximos passos.
O que os fãs do Angra podem esperar
de sua banda atual?
André Matos: Podem esperar
aquela mesma proposta que já estava difícil
de continuar levando no Angra por causa da falta de sintonia
que a gente estava tendo, então aquela proposta vai
ser levada a diante agora e a gente está dando o
sangue pela banda e sempre pensando muito nos fãs,
no que eles esperam da gente musicalmente também
e tenho certeza que não vai desapontar ninguém.
A gente está seguindo basicamente o mesmo estilo,
acrescentando algumas coisas novas bem interessantes e fazendo
a coisa com muita garra, com muita vontade, o que é
o principal. Eu acho que é isso que já deu
para perceber nos shows e também na própria
gravação da demo, a música está
com uma vibração bem positiva, com um astral
bem diferente. Então está uma coisa bem para
cima, uma coisa bem positiva que eu acho que é característica
do SHAMAN agora.
Sobre a escolha do nome SHAMAN, lhe soa tão bem
quanto Angra ou Viper?
André Matos: Eu acho que o
nome foi uma escolha bem feliz na verdade, porque a gente
estava na duvida num monte de coisa e prepondero aquela
mesma filosofia que tivemos na época de escolher
o nome Angra, ou seja, a gente queria um nome que tivesse
relação com a nossa cultura e que soasse bem
em qualquer língua. Então você pode
falar SHAMAN aqui no Brasil, que existe a palavra de fato,
escrita da maneira brasileira, com X, mas a maneira como
nos escrevemos e a como se escreve em inglês e é
a mesma palavra, que significa Feiticeiro, Mensageiro dos
Deuses, o Representante das Divindades, e o curandeiro.
Enfim, o xamanismo e uma pratica milenar, desde da Ásia,
da Europa, dos índios aqui, e uma coisa que acaba
unindo todas as culturas e ate mais do era a proposta do
nome Angra, o SHAMAN ate engloba um pouco mais e é
um nome que surgiu de uma musica que eu fiz da época
do Holy Land, que foi a musica The Shaman, que falava exatamente
disso, falava do curandeiro que ressuscita um índio,
um guerreiro morto e tudo isso e uma temática muito
interessante para a gente porque essa função
de curar as pessoas na verdade e a função
da musica, você escuta musica muito por causa disso,
para se abstrair dos problemas e do mundo e tal, então
a musica te transporta para um outro mundo. Também
ate para curar nossas próprias cicatrizes, teve muita
coisa que a gente, depois de passar por todo esse processo,
ainda carrega dentro da gente e tem que por para fora, então
esse processo de catarse mesmo, vamos curar isso através
da musica, com certeza.
Quanto ao som, seria exatamente a mesma proposta do Angra?
André Matos: A proposta musical
não é exatamente a mesma, mas 80%. Se você
tirou três membros do Angra, que era a maioria na
verdade, fica muito difícil você mudar o estilo
completamente, não e essa nossa proposta realmente.
Acho que muito daquele estilo do Angra fomos nos três
mesmos que criamos e a gente pretende continuar com isso,
mas talvez um Angra mais da época do Holy Land, que
é uma coisa que a gente deixou para trás,
agente foi fazer o Fireworks, uma experiência diferente,
que foi muito legal, mas acho que o auge da criatividade
do Angra ficou mesmo na época do Holy Land. E o SHAMAN
agora vai tentar retomar isso, não tanto a timbalada,
as misturebas e tal, uma coisa até muito mais profunda,
menos assim festiva, vamos dizer, mas sim uma coisa muito
mais profunda e que tenha a ver com o misticismo, que e
o lado do Holy Land que pegou mais, as letras, os climas,
nem tanto os batuques em si, que e mais um enfeite do que
a essência da coisa. Mas a idéia do SHAMAN
e ir fundo nesse lado esotérico, no lado místico
da coisa que tem muito para ser explorado e a própria
entrada do Hugo na banda trouxe muito dessa raiz mais progressiva
para a banda, mais melódico, mais progressivo, um
pouco mais musical até. Um pouco menos técnico
e mais melódico e muito mais pesado. O fato de você
ter uma guitarra só, deixa a banda mais pesada por
incrível que pareça. A única guitarra
que está tocando é mais consistente, ela é
mais pesada, fica muito mais coesa a cozinha toda da banda.
E o Hugo é um cara que, apesar do lado progressivo
dele, originalmente veio de uma banda thrash, Wardeath,
na época do únicio do Angra, inclusive ele
tocava e cantava, estilo James Hetfield e por aí,
estilo Megadeth, então ele tem uma pegada thrash
muito forte. E isso é interessante porque ficou esse
Heavy melódico, algumas coisas rápidas ainda,
mas com uma pegada mais thrash e alguns toques de música
progressiva mais viajante e tal. Eu acho que a mistura está
bem legal, eu estou bem satisfeito com essa nova vertente
que a gente está seguindo, sem esquecer as influências
antigas, da música clássica e tal, da próxima
música folclórica, e por aí vai.
Quando pretendem lançar um CD? Já foram
especulados por gravadoras de fora? Também será
lançado no Brasil?
André Matos: Estamos já
negociando com gravadoras tanto de fora quanto daqui também.
Na verdade a gente pretende dar prosseguimento as essas
negociações o quanto antes para poder definir
data de gravação e etc. Enquanto isso estamos
trabalhando as músicas, já tempos praticamente
material inteiro para o disco, só falta agora dar
uma arranjada melhor nas músicas e trabalhar elas
com um pouco mais de calma. Sobre o lançamento, a
gente está prevendo para o final do ano, talvez Outubro
ou Novembro, por aí.
Você já teria algum palpite de alguma música
do SHAMAN que possa virar um hit?
André Matos: Como falam, às
vezes a musica que acaba rolando e aquela que você
menos espera e aquela que você bota mais fé
acaba não ficando legal para o disco e foi o caso
que aconteceu com Carry On do Angra, por exemplo, que a
gente estava quase jogando fora a musica no final da gravação
e derrepente deu uma luz lá que a gente achou a solução
para a gente fazer a musica ficar legal e ai ela rolou.
Então eu não arrisco mais palpite nenhum,
eu acho que só da para falar isso depois que tiver
a bolacha na mão mesmo.
Como poderia descrever esses dois primeiros shows com
o SHAMAN?
André Matos: Foi uma emoção
muito forte, aquela sensação de estar recomeçando
e ter uma responsabilidade de reconquistar seu público.
O público foi fenomenal, foi demais, tanto em Recife
quanto em Curitiba, o público tem muito carinho por
nós e isso é uma coisa que conta muito, que
marca muito, e a única coisa que a gente pode fazer
é retribuir isso quando está lá em
cima do palco. Então acho que a gente começou
com o pé direito total e estamos embalados, já
programando o show que vai rolar aqui em São Paulo
no Via Funchal.
O SHAMANN tocará covers em seus shows? Quais?
André Matos: Olha, nós
já começamos, nos shows que a gente fez aqui
no Brasil já tocamos covers do Iron Maiden, que era
uma coisa que estava mais fácil da gente tocar, Run
to the Hills e Fly of the Icarus, que
inclusive tocamos com o Bruce Dickinson lá em Paris
e até por uma questão emocional eu gosto de
tocar essa música que me lembra aquilo, que marcou
um dos meus melhores momentos que passamos no Angra. E assim,
o Iron Maiden é uma coisa que sempre é pedida
nos shows, em função da semelhança
da minha voz e tal, o pessoal gosta de ouvir. Um outro que
a gente provavelmente vai voltar a tocar em breve pode ser
Painkiller, que a gente já gravou com
o Angra para o tributo do Judas Priest. Mas existem também
outros covers um pouco mais secretos que são até
mais interessantes, que provavelmente já vamos tocar
no show de São Paulo. Também gosto muito de
algumas músicas do Helloween, como por exemplo Eagle
Fly Free, tem um pique muito legal, tem muita pegada
e eu gostaria de tocar esta algum dia.
Você acha que além das músicas do
Angra agora você poderia voltar a tocar algo do Viper
nos shows do SHAMAN?
André Matos: Já rolou!!
Tanto no show de Recife quanto em Curitiba nós tocamos
Living for the Night e foi um sucesso, ficou
perfeito! A galera que estava esperando 10 anos para ouvir
essa música chorou! E é muito legal pois para
mim é emocionante também, A idéia é
tocar inclusive sons mais antigos, como Soldiers
por exemplo. Porque a questão é a seguinte,
apesar do SHAMAN já ter seu repertório próprio,
acho que neste momento que estamos fazendo um show antes
do disco, seria muito chato para o público ir num
show nosso e só ouvir músicas novas e que
não conhece, então nós estamos tocando
4 músicas novas e o resto do repertório são
as músicas do Angra que eu compus, que o Ricardo
compôs e que na verdade são a maioria das músicas,
você tem aí Carry On, Wings of
Reality, Lisbon, Nothing to Say
e etc... Então seriam essas músicas, as quatro
do SHAMAN e os covers. O show está grande, com quase
2hs e bem completo. Com certeza o público vai sair
dali satisfeito.
Sobre este primeiro show em São Paulo, o que seus
fãs paulistas podem esperar?
André Matos: O público
pode esperar exatamente o que viram na última vez
que fizemos um show com o Angra juntos e ainda mais, pois
vamos tocar quatro músicas novas e vamos vir com
a produção completa do show, enfim, todo o
cenário e toda a equipe que trabalhava com o Angra
vai continuar com a gente também, continua fiel ao
SHAMAN e vamos tocar coisas diferentes, que a gente não
tocava a muito tempo como Living for the Night
do Viper e algumas boas surpresas, então acho que
esse show vai dar o que falar mesmo!
Sobre planos futuros, quais seus próximos passos?
André Matos: Fazer show enquanto
trabalhamos as músicas novas. Primeiramente no Brasil
depois uma torne, um show na França, em São
Paulo e depois uma torne latino-americana, que vai da Argentina
até o México. Quanto voltar da torne latino-americana
pretendemos estar com os contratos fechados para gravação
do disco e começar a gravação aqui
no Brasil, terminando talvez de gravar e mixar na Alemanha.
No caso do Virgo, meu projeto paralelo, o lançamento
está previsto pra Setembro e provavelmente uma torne
a partir no começo do ano que vem. Sobre o show da
França,. vamos tocar num grande festival em Paris
dia 31 de Março ao lado do Rhapsody e Savatage, aliás
o Savatage vai abrir para a gente, isso é uma puta
honra para nós!
Parte III - PROJETOS PARALELOS:
Conheça tudo sobre o Virgo, suas participações
no Avantasia, Hamlet e outros projetos.
Aquele projeto de regravar a Soldiers
e fazer um tributo para as primeiras bandas de metal nacional,
como Harppia, Virus, Platina, Centurias, Performances, Avenger,
Karisma, Made in Brazil, Mamoth, você ainda pretende
dar seqüência?
André Matos: Porra meu, isso
é um projeto muito legal que inclusive a gente poderia
pensar para o futuro mesmo. O próprio SHAMAN depois
que lançar o primeiro disco, ou o segundo, não
sei, pois primeiro a banda tem que se restabelecer mais
no cenário, com seu nome novo e etc. Mas é
uma idéia que eu gostaria de conversar bastante com
os meus colegas para a gente levara adiante, pois na verdade
todos nós viemos desse berço aí cara,
principalmente eu, o Ricardo e o Luís, o Hugo já
é um pouco mais novo. Mas a gente se encontrava já
quando era pivete na Praça do Rock, Fofinho, Mambembe,
Teatro Lira Paulistana, sempre onde tinha evento a gente
estava lá, e eram essas bandas que rolavam então
esses caras eram meus ídolos quando eu tinha uns
14 anos e por aí vai. Por isso seria muito bacana
poder regravar eles e soltar um disco algum dia com isso
aí.
Falando nisso, você havia citado durante nossa
entrevista anterior que Michael Weikath havia lhe convidado
para um projeto paralelo. Este projeto ainda está
de pé?
André Matos: Inclusive eu encontrei
com o Michael lá fora, agora no lançamento
do Avantasia, e teve uma festa com a apresentação
do Tobias Sammet, enfim, um coquetel com entrevista dele,
entrevistaram todos que participaram também, e o
Weikat estava lá junto porque é amigo do pessoal
e tal, e a gente voltou a comentar sobre isso e ele foi
muito legal comigo. É engraçado como as coisas
mudam, como o mundo da voltas, pois daquela época
que lançamos o Angels Cry, ele falava mal do Angra,
eu ficava puto e revidava, não sobrou nada na verdade.
Ele até chegou para mim e falou: Porra, eu
fiquei super chateado com o que aconteceu com vocês,
eu queria até oferecer meu apoio para você.
Se voc6e precisar de alguma coisa eu estou aí, se
precisar de um amigo eu estou aí e tal. Eu
achei muito legal isso da parte dele, porque ele falou:
Eu já passei por isso muitas vezes com banda
e entendo o que você está passando e tal.
E ele está super curioso para saber o que vai sair
com o SHAMAN, com o próprio Virgo e a gente voltou
também a falar por alto sobre seu projeto, mas ele
falou que agora no momento ele está muito ocupado,
pois acabaram de lançar um disco novo e já
estão planejando a torne, então para o Helloween
o esquema está muito puxado e eles estão super
ocupados. Mas ele falou que quando estiver com um tempo
maior vai começar a compor o material para o álbum
dele e vai me dar um toque.
Sobre seu atual projeto paralelo, VIRGO, Fale sobre ele.
André Matos: O Virgo é
um duo na verdade, pois eu e o Sascha Paeth nos encontramos
há muito tempo, ele era o produtor do Angra e a gente
tinha essa idéia de fazer esse projeto paralelo,
então rolou. A gente resolveu fazer um tipo de música
diferente, não seria 100% Heavy Metal, uma coisa
mais voltada mesmo ao rock clássico, o rock tradicional
estilo Queen mesmo, uma coisa mais apoteótica e bombástica
e tal, nem tanto Heavy Metal, mas nem tanto pop também,
uma mistura entre os dois que ficasse na metade aí.
Algo que acho bem legal, pois é o tipo de música
que eu sempre curti, que eu sempre ouvi bastante mas nunca
tive oportunidade de fazer, agora finalmente dará
para explorar esse meu outro lado no Virgo sem comprometer
o som que estou fazendo com o SHAMAN. A idéia agora
é realmente setorizar as coisas, deixar as coisas
mais pop para o lado de lá, e o mais Heavy para o
lado de cá.
Qual o significado do nome Virgo?
André Matos: O nome nasceu
de uma série de coincidências, pois no caso
tanto eu como o Sascha somos do signo de Virgem, e o nome
em latim do signo de Virgem é Virgo, mas a gente
achou outras coincidências ainda, pois Virgo em latim
também significa algo inexplorado, uma coisa que
não foi feita ainda e tal e essa também é
a idéia do projeto e a gente percebeu que quando
fomos consultar no zodíaco qual era o símbolo
do signo de Virgem, ele forma mais ou menos uma aglutinação
de uma letra M com uma letra P,
e a gente tinha pensado exatamente Virgo - Matos Paeth.
Então o logotipo da banda ficou Virgo MP, com o símbolo
do signo e Matos Paeth em baixo.
E os outros músicos, quem seriam?
André Matos: São todos
músicos alemães, que praticamente são
músicos contratados para gravar e também fazer
a torne quando rolar. Na bateria temos o Robert Hunecke-Rizzo,
que na verdade é o baixista do Heavens Gate, que
originalmente era baterista e toca baixo só para
se divertir. Ele também gravou a batera no disco
do Luca Turilli, o cara é um super músico,
toca tudo, toca guitarra também e tal, mas enfim,
ele é o baterista. No baixo a gente tem um cara que
se chama Olaf Reitmeier, que é um baixista famosa
na Alemanha, tem uma banda que está nas paradas lá,
chamada Hyperchild. E nos teclados um parceiro do Sascha,
produtor também, o Miro. Então esses três
completam o time e todo o resto a gente faz, eu faço
piano, faço voz, alguns teclados, o Sascha faz todas
as guitarras, ele toca alguma coisa de baixo no disco também,
e por aí vai.
É
verdade que fazem covers de Queen?
André Matos: Ao vivo sim, acho
que a gente vai fazer alguma coisa, apesar de que é
um pouco de pretensão fazer cover do Queen. Acho
assim que o Queen é uma banda incoverável
e vou pedir inclusive permissão, licença ao
público para fazer isso, mas mesmo sem fazer cover
nossas músicas estão bem no estilo do Queen,
que na minha opinião é a melhor banda de todas.
O Queen é uma banda assim que conseguiu englobar
tudo na música deles, desde do heavy até o
pop mais pop, com uma personalidade tal que você não
acha uma voz igual a do cara, você não acha
uma guitarra igual a do cara, entendeu? Os arranjos são
muito loucos.
E sobre sua participação no projeto Avantasia
de Tobias Sammet(Edguy)? Como surgiu o convite?
André Matos: Claro! Foi um
projeto muito legal, eu recebi o CD faz umas duas semanas
e honestamente, é uma das melhores coisas de Heavy
que eu ouvi nos últimos tempos cara, está
muito bom, muito bem produzido, muito bem tocado, as músicas
são demais. A última torne que o Angra fez
na Europa foi junto com o Edguy, e a gente ficou bem amigos,
o cara é muito legal, a gente tem bastante coisas
em comum e na época ele me deu um toque, ele falou:
Eu estou componho uma ópera rock e tal
e eu falei: Porra meu, estou na fita!. E lógico
que ele lembrou, ele até tinha dito: Lógico,
eu já tinha pensado em te chamar mesmo, você
era um dos caras que eu queria chamar, aí eu
falei: É só me avisar, a gente estando
na área faz!. E quando rolou a gravação
eu estava justamente lá com o Sascha gravando a demo
do Virgo, então o Tobias me procurou e falou: Estou
com a música na mão, sua parte está
pronta para você cantar, então eu falei
Beleza, então manda para cá. Na
verdade eu não gravei no estúdio dele, eu
gravei com o Sascha, o Tobias mandou as partes, eu fiz minha
interpretação e mandei de volta. Mas na verdade
eu gravei muito mais do que saiu no disco, porque esse disco
é só a parte 1, e vai ter a parte 2 que tem
mais partes que eu fiz também. Então nesse
disco tem 3 faixas que eu participo, junto com todo o pessoal
lá que está cantando junto, o Kai Hansen,
o próprio Tobias, enfim todo o resto, parece que
tem dez vocalistas diferentes gravando. E ficou muito legal
cara, eu fiquei bem orgulhoso, eu achei bem legal estar
lá no meio porque aquilo ali é um Heavy de
verdade, ficou muito bacana.
Parece que você também está participando
de um projeto chamado Looking Glass Self. Fale
sobre isso.
André Matos: O Looking Glass
Self é o seguinte, é um projeto, é
uma banda que é dos irmãos Holzwarth, que
enfiim, é o baterista do Rhapsody, o Alex Holzwarth,
que é o cara que gravou o Angels Cry com o Angra.
Naquela época a gente estava sem baterista e ele
foi o músico de estúdio que gravou para a
gente e desde essa época eu conheço o Alex.
A gente se encontrou várias vezes por aí,
inclusive a última foi lá no Waken e ele me
deu esse toque, ele falou: Eu estou com uma banda
com o meu irmão. O irmão dele é
o Oliver Holzwarth, que toca baixo no Blind Guardian. E
é um progressivaço, assim um progressivo
radical, eles já tinham uma banda antes que chamava
Sieges Even que acabou, então alguns integrantes
dessa banda montaram o Looking Glass Self, então
um dia o Alex me ligou, eu estava lá na Alemanha,
e falou: Eu estou procurando um vocalista para a banda,
você não conhece ninguém? Inclusive
eu pensei, se você pudesse, sua voz é tão
legal e nem que seja para ajudar a gente, a gente está
gravando uma demo e tal, daí eu falei: Cara,
se eu tiver um tempo eu vou aí e dou uma força
para vocês. Então eu fui lá para
Munique, passei dois dias lá e a gente gravou. Na
verdade tudo o que foi feito até agora foi uma demo,
que eles vão mandar para gravadoras e tal, e eu não
sei se eu vou ter a disponibilidade depois de seguir adiante
e fazer o disco mesmo com eles, na verdade eu fiz isso mais
numa coisa de camaradagem. Então assim, por enquanto
não rolou nenhum contato com gravadora e nada, ficou
só na demo mesmo e eu fiz porque sou amigos deles
e tal, foi muito legal, são ótimos músicos
e para mim foi uma experiência legal também,
mas por enquanto não passou disso, foi só
uma coisa de amizade mesmo e se por ventura aparecer algum
contrato para gravar algum disco eu vou estudar o projeto
porque na verdade eu estou com muitas coisas e também
não é muito conveniente ficar misturando tantos
estilos diferentes assim.
Mas então seria um estilo mais voltado ao rock
progressivo?
André Matos: Cara, para você
ter uma idéia de como é progressivo, não
tem nem guitarra elétrica a banda, é só
violão. Então é um progressivo light
mesmo, super encrencado, é uma coisa meio tipo Yes,
entendeu? Mas só acústico mesmo praticamente,
mas é um puta som legal, eu até te mostro
uma faixa para você ver, então é um
som assim bem viajante, super encrencado, daria nó
até nos caras do Dream Theater, porque os caras são
bons para cacete, os irmãos ali, o violonista também,
o Markus Steffen, o cara manda muito. Então assim
para mim foi uma experiência legal porque é
um som que não tem nada a ver com o que eu já
fiz e eu gostei de cantar aquilo ali. Vamos ver, se rolar
o disco, quem sabe se for mais para a frente e eu tiver
mais desocupado, sem o SHAMAN, nem o Virgo e tal, eu até
penso em gravar com eles.
Falando em rock progressivo, comente a respeito de sua
participação no novo CD do Sagrado Coração:
André Matos: Para mim foi uma
grande honra participar desse disco do Sagrado porque eu
sou um grande fã do Sagrado Coração
da Terra já há alguns anos como banda de progressivo,
eu acho a melhor banda do Brasil na verdade. Eu acho que
a melhor banda brasileira no momento e o Sagrado Coração
da Terra e tive a felicidade de encontrar com o fundador
da banda que e o Marcos Viana lá em Belo Horizonte
uma vez, quando o Angra estava fazendo um show e acabamos
nos tornando amigos, a gente se encontrou varias vezes depois
disso aqui em São Paulo, em BH de novo, e rolou o
convite de eu fazer a participação no disco
dele, o que me deixou muito honrado cara, eu fiquei muito
feliz e eu acho que o resultado ficou bem legal porque e
uma musica clássico-progressiva, extremamente progressiva.
E claro que eu sou obrigado a cantar de uma maneira um pouco
diferente do habitual, então para mim foi uma experiência
nova, alem do fato de gravar inteiramente em português,
foi a primeira vez que eu realmente realmente gravo em português
num estúdio e eu acho que o resultado ficou bem legal.
Quem tiver a oportunidade de conferir esse ultimo disco
do Sagrado ai vale a pena, não só pela minha
participação, mas o disco inteiro e demais.
A chantagem e que ele vai participar do disco do SHAMAN
também, tocando violino elétrico para a gente!
...(risos)
Parece que você fará uma participação
no projeto Hamlet, que reúne as principais bandas
brasileiras de Heavy Metal interpretando essa obra de Willian
Shakespeare. Fale sobre isso:
André Matos: O SHAMAN havia
sido convidado a participar mas a banda achou melhor não
tomar parte ainda porque a banda não tem um disco
próprio lançado, então vamos esperar
primeiro o disco aí a gente pode pensar noutras futuras
eventuais participações e tal. Agora, eu me
coloquei a disposição para fazer minha participação
pessoal cantando uma parte e parece que vai rolar. Eu estou
bem curioso pois foi uma peça que foi composta exclusivamente
para esse projeto, então da mesma forma que eu participei
do projeto Avantasia do Tobias Sammet, eu estou
bem curioso para ver o resultado do Hamlet, que inclusive
é com bandas nacionais então acho legal a
gente poder participar disso e ajudar na medida do possível.
Parte IV - TRIBUTO AO
VIPER&ANGRA: Reatando a amizade com o Viper e sendo
homenageado pela sua carreira.
Como você se sente sabendo do show-tributo
ao Viper e Angra em sua homenagem? O que acha da idéia
desse projeto se transformar num futuro CD-tributo gravado
em estúdio?
André Matos: Olha, eu fiquei
muito honrado, muito lisonjeado e contente com essa idéia,
para mim é um reconhecimento de praticamente 15 anos
que eu já tenho de carreira e fiquei muito feliz
mesmo apesar de me considerar novo, pois não sou
nenhum dinossauro do rock para talvez merecer um tributo,
até fico pensando: "Eu merecer um tributo??",
mas fiquei muito feliz com isso e vai ser muito legal ver
várias bandas participando disso, a maneira como
elas vão fazer isso, a maneira que eu provavelmente
já possa ter influenciado essas bandas, então
eu me sinto realizado com esse evento e o dia que sair o
CD vai ser melhor ainda. Podem contar comigo para estar
presente no evento e se precisar fazer algum discurso eu
faço também! ...(risos)
Assim como você, os irmãos Passarell estarão
presentes no evento. Poderia rolar alguma jam entre vocês
para relembrar os velhos tempos??
André Matos: Quem sabe!?, tudo
é imprevisível, vamos ver na hora como vai
estar rolando o clima, eu não tenho a intenção
em participar efetivamente do tributo cantando pois se é
um tributo em minha homenagem fica meio estranho. Eu preferia
ficar só na platéia mesmo curtindo, mas eu
voltei a ser amigo dos caras e tenho muita saudade daquele
tempo no Viper e acho que eventualmente uma jam seria muito
legal.
Você chegou a cogitar em voltar a fazer algum projeto
com os caras após o "episódio Angra"?
André Matos: Olha, nós
não chegamos a cogitar, mas eu fiquei sabendo que
eles estão pensando em voltar talvez e eu acho que
fica tudo em aberto. Agora no momento, não teria
muito sentido, não faria muito sentido porque eu
estou muito ocupado com o SHAMAN e mesmo com o Virgo lá
fora. Eu acho que hoje em dia entre o Viper e eu, está
tudo bem mais tranqüilo, todas as marcas do passado
já se apagaram, a gente voltou a ser amigo todo mundo,
isso que eu acho bonito nessa história toda, eu acho
muito legal. E eu tenho muita saudade daquele tempo do Viper,
é um tempo que naturalmente não volta mais,
mas que eventualmente numa jam ou coisa assim pode até
voltar por 1 segundo, iria ser legal.
Falando ainda em Viper, o que acha da volta da banda
às raízes metálicas? Você acha
que a banda deveria escolher um vocalista solo como era
no inicio da banda?
André Matos: Seria bem legal.
Eu acho que na verdade o Viper tem duas fases, tem a fase
que e comigo, com o André Matos, e a fase depois,
então se eles vão voltar, também nada
impede que o Pit cante as musicas e enfoque um pouco mais
as musicas mais antigas. Eu não vejo muita necessidade
de um vocalista, vamos dizer que isso ate descaracterizaria
um pouco a segunda fase do Viper, então se eles fizessem
um show o cara teria que cantar as musicas do começo
e o Pit cantar as outras e ficaria meio estranho o cara
sair do palco e não cantar o resto. Então
eu acho assim, se eles querem voltar e fazendo Metal, eu
acho que e o caminho certo, e o caminho que eles sempre
deveriam ter seguido na vida.
Parte V - DIVERSOS: Conheça
as curiosidades, opiniões pessoais do mito André
Matos e o desfecho da entrevista.
Na nossa última entrevista, muitos
leitores sentiram um clima acirrado devido os assuntos polêmicos
abordados. Você concorda que o papel pode tornar uma
entrevista fria, distorcer sua entonação ou
mesmo alterar o sentido das palavras?
André Matos: É, realmente
para quem não esta presente no momento em que a entrevista
foi feita ate pode parecer uma coisa que na verdade não
e. Eu acho que a nossa entrevista, muito pelo contrario,
ela serviu para esclarecer muita coisa entre a gente, porque
nos dois tínhamos uma imagem errada um do outro,
pois eu tinha lido a edição anterior com a
entrevista do Dark Avenger e tinha ficado meio chateado
porque achei que vocês tinham conduzido a entrevista
de uma maneira que não tinha sido legal e ao mesmo
tempo você tinha uma imagem do André Matos
que era aquela que muita gente tem mesmo, de um cara arrogante,
de um cara convencido e tal. Acho que essa entrevista na
verdade serviu para esclarecer isso de uma vez por todas
e limpar algumas coisas entre a gente e a partir disso ate
se criou uma amizade. Então acho importante a função
do jornalista , do repórter, que e bem direto nas
coisas que ele coloca porque o artista na verdade esta ligando
com um publico e tem que estar preparado para uma serie
de duvidas e perguntas que aparecem que ele tem que responder
realmente, sem falsear muito. Acho que vocês me deram
essa oportunidade de responder as coisas diretamente e a
única coisa que eu posso dizer para os leitores e
que não tem nenhum tipo de clima negativo entre a
gente, muito pelo contrario, hoje conto com o HEAVY MELODY
como um dos nossos maiores aliados nesse recomeço
do SHAMAN.
O que acha do projeto Brasil Metal Union que tem como
meta estimular a união entre bandas de Heavy Metal
nacional de diferentes estilos e estados brasileiros?
André Matos: O maior problema
no Brasil é a desunião entre as bandas e a
competição e tal, que é uma coisa que
lá fora não rola tanto. Está na hora
de se conscientizar, então acho que todo mundo está
percebendo que se não se unir, não se chega
a lugar nenhum. Muita pouca gente está dando valor
para o underground no Brasil e então acho que esse
tipo de evento é vital para poder lançar novos
talentos e eu parabenizo vocês pela coragem de estar
fazendo isso que na verdade é o tipo de evento que
no passado lançou bandas como o Viper, a gente começou
mesmo participando de eventos underground então isso
aí que faz realmente as bandas acontecerem.
O Luís e o Ricardo participaram da primeira edição
do evento no ano passado, mas você estava na Alemanha.
Os fãs de André Matos poderão talvez
ser honrados com sua presença na edição
deste ano do Brasil Metal Union?
André Matos: Quem sabe!? Não
sei se com ou sem o SHAMAN, mas a gente com certeza vai
estar lá nem que seja para assistir a segunda edição
e vai depender muito da nossa agenda, se o SHAMAN vai estar
fazendo alguma coisa e poder ser encaixado a gente faria
com o maior prazer principalmente pelo fator da gente estar
apoiando isso aí também.
Quais as bandas brasileiras de maior destaque na atual
cena heavy na sua opinião? Existe alguma em particular
que julgue promissora e com quem gostaria de dividir o palco?
André Matos: Mais uma vez eu
vou citar aquele pessoal de Natal, o Deadly Fate, que assim,
não querendo desmerecer as outras mas, das bandas
que eu já dividi o palco por ai e uma das mais promissoras,
são muito bons mesmo. E tem o pessoal do Karma aqui
de São Paulo que eu gosto bastante também.
Depois do Angra, o Fates Prophecy, o Symbols, e o Dark
Avenger estão entre as melhores bandas brasileiras
de Heavy Metal da atualidade. Qual sua opinião as
bandas citadas?
André Matos: Sim, mas na verdade
eu conheço pouco. Eu gosto de dar uma opinião
sobre a banda quando eu já vi ela ao vivo, eu acho
que ai e que a banda mostra a cara mesmo. Não adianta
você ouvir uma gravação e julgar muito.
Então assim, estou esperando a oportunidade de poder
vê-las ao vivo.
O que acha sobre a volta de bandas como Acid Storm e
Revenge?
André Matos: Acho super válido,
super legal cara. Eu acho que naquela época as bandas
brasileiras não tinham muita condição,
muita possibilidade de fazer nada lá fora e muitos
talentos bons foram passando sem ser reconhecidos e o pessoal
acabou sendo vencido mais pelo cansaço mesmo de nada
rolar e tal. Hoje em dia é mais fácil, com
internet, comunicação e tal fica tudo mais
fácil, então legal que essas bandas estejam
voltando e espero que consigam espaço lá fora,
que é o mercado principal mesmo.
Faça um breve comentário sobre as seguites
bandas:
André Matos:
Iron Maiden: Minha primeira grande influência
no Heavy. Acho que se for para escolher uma banda como representante
daquilo que eu entendo por Heavy Metal, é Iron Maiden.
Foi a que mais me marcou, a que mais me influenciou. Mas
eu estou falando do Iron Maide até o "Seventh
Son", depois disso eu prefiro não considerar.
Judas Priest: Segunda influência!
O primeiro LP que eu comprei deles foi aquele Unleash to
the East, "ao vivo" em Tóquio e daí
comprei vários. O Judas realmente eu acho que é
o ícone do Heavy Metal, se você falar em Heavy
Metal, é a banda que mais representa o que quer dizer
a palavra em si. Aliás, eu vi o show deles no Rock
in Rio II, em 90, eu fui lá exclusivamente para ver
o Queensrÿche e tinha o show do Judas. Muito bem, o
Judas tinha acabado de lançar o Painkiller e tal,
ainda era uma incógnita o que o Judas estava fazendo.
Depois que eu vi o show, eu sai alucinado cara, eu falei:
"Não é possível que existe isso!",
eu até esqueci que existia o Queensrÿche depois!
Queensrÿche: Grande influência
do melódico para mim. Foi uma banda inovadora na
coisa dos arranjos, a banda perfeita na verdade, a banda
mais perfeita que eu acho que já existiu foi Queensrÿche.
Sempre me impressionou muito, eu continuo escutando com
muito gosto o Queensrÿche, adoro! Mas também
depois que o Cris de Garmo saiu houve uma perda muito grande,
porque ele era a mente criativa ali. Mas eu acho o Operation:
Mindcrime a maior obra-prima do Heavy.
Helloween:
Foi uma banda também inovadora cara, eles pegaram
um estilo que era praticamente uma mistura do Iron Maiden
com Deep Purple e Uriah Heep e fizeram um Heavy mais rápido
que marcou época. Naquela época do Viper,
a gente já notava alguma influência do Helloween
nas composições e tal. Mas assim, o Helloween
foi uma banda que eu vim a descobrir mais tarde, naquela
época eu não escutava Helloween para ser sincero,
escutava as bandas mais velhas, o Iron Maiden, o Judas,
o Manowar. O Helloween eu vim a descobrir mais tarde e hoje
eu dou o braço a torcer que foi uma das grandes bandas
do Metal.
Manowar Minha terceira grande influência, depois
de Iron e Judas. Estou falando também dos anos 80
evidentemente, eu acho que o último álbum
bom do Manowar foi aquele Triumph of Steel e depois não,
depois eu acho que caiu na mesmice e tudo mais. Mas até
ali, apesar do lance da imagem, do visual que é meio
extravagante, meio exagerado, é uma coisa que eu
não estou dando muita bola porque para mim o que
interessa é a música, e eu sei que a música
no fundo é profunda, é legal. E eu tive uma
grande surpresa quando encontrei os caras do Manowar pessoalmente,
porque você acha que eles são aquela coisa
que eles passam da imagem e tal, que nada, são uns
puta caras gentis, super gente fina, calmos pra caramba,
e ficamos bons amigos até.
Deep Puple: Primeira banda que fez um rock clássico
na verdade, que misturou orquestra e que fez um Heavy mais
progressivo. Eu acho o Ian Gillan fenomenal, eu acho o Ian
Paice fenomenal, acho todos fenomenais cara. Eu não
considero Deep Purple Heavy Metal, acho que é uma
transição do rock para o Heavy Metal, mas
é uma das minhas favoritas realmente dos anos 70
e 80. E aliás o Deep Purple, eu vou te falar uma
coisa, para mim foi a maior surpresa dos anos 90, porque
quando todo mundo estava tentando repetir as mesmas fórmulas
e tal, veio o Deep Purple e fez uma coisa diferente, já
com o Steve Morse, apesar de que eu prefiro o Blackmore,
ele ainda é meu favorito. Mas o Deep Purple veio,
os caras velhos assumindo a idade que eles tem, de cabeça
branca mesmo e mandando ver. Eu acho que é uma postura
bem legal, não são caras que estão
tentando dar uma de moleque com 50 anos nas costas não,
eles assumem e mandam ver no som e é isso aí
que eu espero o dia que eu ficar velho, eu ser igual a eles.
Led Zeppelin: O Led acabou há muito tempo
mas continua presente cara. É a banda mais mística
de todas na verdade, os caras criaram mesmo, eu acho que
eles são os criadores dessa porra toda que a gente
está vivendo aqui, foram os primeiros a fazer realmente
a música pesada do jeito que a gente conhece.
Black Sabbath: Esses vieram depois do Led, quer dizer,
eles levaram a música pesada ao extremo ainda nos
anos 70 e todos eles são como professores para gente
cara. A gente inclusive teve a possibilidade de dividir
o palco com o Black Sabbath no Monsters, está certo
que não foi com o Ozzy cantando, mas o Black Sabbath
realmente é uma banda que, se não fosse pelo
Black Sabbath o Heavy Metal não existiria.
Ozzy: Grande mestre! É o maior compositor
de Heavy metal que eu conheço. Como cantor ele é
um cara insubstituível, ele tem uma voz única,
não se pode dizer que ele é um virtuose do
canto mas ninguém canta como o Ozzy, você percebe
na hora que é Ozzy.
Dio: É muito difícil, todos esses caras
estão num mesmo nível. O Dio é o cara
mais carismático, eu já fui em vários
shows do Dio e ele me impressionou pela maneira como ele
daquele tamanho, naquela idade, domina completamente a cena,
domina o palco, e tem uma força interior muito grande.
Yes: Grandes mestres do progressivo e uma grande
influência também. Acho que principalmente
nos anos 80, quando eles vieram aqui para o Rock in Rio,
eles trouxeram uma coisa muito diferente e me influenciaram
bastante também.
Kiss: Uma das primeiras bandas que eu comprei disco
na vida ao lado do AC/DC foi o Kiss, daquela época
em 83 quando eles vieram para cá, Kreatures of the
Night, me impressionava muito e é uma banda que até
hoje eu gosto de escutar.
AC/DC: É um dos meus favoritos! Apesar de
que não tem nada a ver comigo, com a maneira como
eu canto, como eu componho, nada a ver, mas eu adoro AC/DC.
Puta que pariu! Aquele show que a gente fez com eles aqui
foi demais! Eu fiquei que nem uma criança ali vendo
aquele show cara, foi inesquecível. E sem falar que
foi muito legal o esquema todo, eles trataram a gente muito
bem como banda de abertura, deram toda estrutura, foi muito
legall.
Metallica: Eu gosto principalmente dos primeiros
álbuns do Metallica, quando era mais thrash mesmo
e o meu preferido é o Ride the Lightning. É,
o Metallica era uma banda que realmente que era a coisa
mais pesada na época, ao lado do Slayer.
Queen: Minha banda
favorita! Acho que o Queen conseguiu englobar todos os estilos
de música dentro de um só e para mim é
uma banda muito mais importante do que o Beatles por exemplo,
além de eu achar que o Freddy Mercury é o
melhor cantor que já apareceu.
ngwie Malmsteen: Legal! Eu comprei o primeiro
disco do Malmsteen quando saiu aqui, o Rising Force, e Malmsteen
foi uma revolução na guitarra também.
Meio assim apoiado naquilo que o Blackmore já tinha
criado, o Malmsteen foi mais longe e era muito impressionante
na época que aconteceu o Malmsteen, todo mundo ficou
impressionado.
Ritchie Blackmore: É o meu guitarrista de
Heavy favorito.
Metal Church: Eu sempre achei o Metal Church muito
parecido com Iron Maiden e então assim, na época
eu preferi escutar o original. Então Metal Church
é uma banda que eu nunca escutei muito mas dou valor
pela história que eles tem.
Agent Steel: Também é legal, mas não
era uma banda que eu escutava muito freqüentemente
não
Wasp: Não, nunca gostei.
Warrant: Também
achava uma caca.
Accept: Adorei! Eu
era fã do Accept junto com todas essas que eu falei.
Na verdade mesmo antes do Helloween o Accept veio com aquele
disco Restless and Wild em 82 que demoliu tudo, os caras
destruíram tudo, até hoje eu escuto aquilo.
Exciter: Muito legal!
Dan Belar na bateria, cantor. Eu lembro do show que eles
fizeram aqui e incusive eu conheci ele pessoalmente aqui,
foi muito gente fina, Exciter é uma banda que faz
falta.
Gammaray: Gammaray
é muito legal, a gente já tocou junto várias
vezes, gravamos no estúdio deles na verdade já
várias vezes. É uma banda muito mais antiga
do que era o Angra, mas eu sempre admirei bastante e eu
tive até a possibilidade de fazer uma participação
com eles aqui no Brasil.
Blind Guardian: Legal
também, eu conheço eles pessoalmente e são
caras muito legais, e que tem uma proposta diferente. Dentro
dessa coisa do Metal eles procuram a coisa mais medieval
e tal, eu acho bem interessante a proposta do Blind Guardian.
Rhapsody: Já
é o Metal melódico ao extremo. E às
vezes eu acho a música do Rhapsody um pouco complicada
demais, uma música que eu não faria da mesma
maneira. Mas acho que todos eles são bem criativos,
criatividade é o forte do Rhapsody, tem partes muito
interessantes e pessoalmente são pessoas maravilhosas.
Eu conheço bem o Luca, o Alessandro, o próprio
Fabio, são super legais.
Hammerfall: Também
já tocamos juntos várias vezes. Ë um
Heavy que busca uma coisa mais tradicional, mais europeu
e é legal, tem essa força do Heavy europeu.
Virgin Steele: A
gente já fez uma tour juntos e é muito legal!
E são caras muito loucos, são figuras raras
e a gente deu muita risada com eles porque são uns
caras que são engraçados mesmo, assim no dia
a dia. Mas que acho muito bacana, vamos dizer assim, é
como se fosse um paralelo com o Manowar, é um Manowar
que não ficou tão famoso.
Dream Theater: Esses
revolucionaram também. E eu tenho uma boa relação
com o James, o cantor. Muito legal, eu admiro muito o Dream
Theater, principalmente o primeiro disco, o Imagens and
Words, eu acho que é uma obra-prima aquilo ali.
Stratovarius: Perfeito!
É uma banda também de super amigos meus, e
foi muito legal a torne que fizemos juntos e acho que é
a banda mais precisa e mais perfeita que existe na atualidade.
Edguy: Também
outra banda que nós fizemos tour junto! Gozado, você
fala dessas bandas, a maioria a gente já fez tour
junto, já tocou junto e tal, isso que é legal,
isso que é bacana! O Edguy também é
uma banda que tem um futuro brilhante eu acho, se continuar
na linha que está. E o Tobias, o cantor, é
um cara que eu considero assim realmente genial, tem idéias
fantásticas, além de ser um bom amigo meu.
Mercyful Fate: Aí
já vai para uma linha completamente diferente de
todo o resto. Também já tocamos junto com
eles num festival e é uma legenda, na verdade o King
Diamond é uma legenda. E eu acho legal, eu acho que
eles foram precursores de toda essa onda de black metal
que existe hoje em dia, dos caras se pintarem e fazerem
aqueles temas mais macabros e tal, na verdade foi o Mercyful
Fate o precursor.
Primal Fear: É,
tem qualidade, eu gosto muito do Ralph Scheepers, principalmente
da época que ele estava no Gammaray, mas não
vejo muita diferença disso para Judas Priest.
Genesis: Eu gosto
mais da época do Peter Gabriel, tem um disco celebre
deles chamado Selling England by the Pound e quando o Piter
Gabriel saiu eu continuei acompanhado sua carreira solo
e ele e um dos meus favoritos ate hoje, coisa que eu ouço
quase todo dia junto com Queen. E o Gênesis eu gosto
muito também do guitarrista Michael Huteford que
tem um projeto solo muito legal, que e o Michael and the
Mecanics, que e uma coisa mais pop que eu gosto muito de
ouvir também. Eu acho Gênesis uma puta banda
e acho o Phil Colins muito bom, especialmente como baterista,
eu ate preferi ele como baterista que como cantor na verdade.
Mas eu gosto mais da época antiga mesmo, dos anos
70.
Heavens Gate: É
uma banda que conheci faz muito tempo, desde o começo
do trabalho com o Angra. Na época foi uma grande
honra conhecer o Sascha pessoalmente e ele veio trabalhar
como nosso produtor. E o mais legal é que a nossa
amizade sobreviveu às duas bandas, porque tanto no
Heavens Gate quanto no Angra houveram mudanças, eu
saí do Angra e o Heavens Gate praticamente parou.
Mas nós continuamos juntos e trabalhando no Virgo.
Se você fosse escolher uma coletânea perfeita,
quais bandas e músicas estariam nesse CD?
André Matos:
1-Walking in the Shadows
Queensrÿche
2-Two Minutes To Midnight
- Iron Maiden
3-Mountains - Manowar
4-Eletric Eyes - Judas Priest
5-Perfect Stranger
Deep Purple
6-Restless and Wild
Accept
7-For Those About To Rock
AC/DC
Na sua opinião, quem são os maiores vocalistas
do mundo? Com relação aos outros vocalistas
nacionais, quais ganham sua admiração?
André Matos: Bom, eu acho que
o Freddy Mercury para mim é o número 1 no
geral, mas falando mais em Heavy, eu acho que o Bruce, o
Rob Halford, o Eric Adams e o Geoff Tate. Dos nacionais,
assim, fica difícil dizer porque são muitas
bandas novas agora e eu gostaria de ter mais contato. Infelizmente
pelo fato da gente ter viajado muito, não estar sempre
aqui no Brasil, não deu para acompanhar muito o movimento
aqui dentro e agora eu pretendo ficar mais tempo aqui e
acompanhar mais de perto. Então isso é uma
coisa que eu vou poder responder dentro de algum tempo.
Tendo em vista o ocorrido com o
Sepultura, Angra, Krisiun e mais recentemente o Rebaelliun,
já faz parte da cultura brasileira reconhecer o valor
das bandas nacionais apenas após sua aprovação
no exterior, mesmo porque a grande maioria das bandas não
é privilegiada pelo respaldo da elite da mídia
especializada, como a Rock Brigade que foi fundamental para
o sucesso do Angra. Qual sua opinião sobre esta triste
realidade? Qual seria a solução para isso?
Você acha que sair do Brasil ainda é o caminho
mais viável?
André Matos: Olha, como eu
já falei várias, eu acho que infelizmente
ainda é. Por vários motivos, primeiro porque
a estrutura lá fora já está bem mais
montada do que aqui dentro, e segundo porque a estrutura
que tem aqui dentro muitas vezes é corrupta. Então
assim, as pessoas não estão interessadas em
fazer uma banda crescer, não estão interessadas
em ajudar, senão estão interessadas apenas
em sugar o que tem para sugar de uma banda e jogar fora.
E é exatamente contra essa corrupção
que a gente levantou uma bandeira agora e vamos ver se a
gente organiza essa merda aqui no Brasil para tornar esse
país um país viável e decente, onde
as bandas novas tenham também a possibilidade de
começar a trabalhar sem ter que recorrer ao mercado
externo.
Você acredita que este é o motivo principal
de bandas como Dorsal Atlântica, MX, Korzus, Genocidio
e Sarcófago terem se transformado em bandas cult?
Seria esta a grande diferença destas bandas não
terem o reconhecimento alcançado pelo Sepultura ou
pelo próprio Angra?
André Matos: É, mas
de todas essas bandas que você citou, a maioria já
está extinta, então na verdade o que dá
impressão é que esse esquema que rola no Brasil,
se ficar só nisso acaba cansando muito e as bandas
acabam sendo vencidas pelo cansaço, porque ficam
tentando, tentando e acaba não dando em nada e apenas
aquelas que conseguem ter alguma coisa lá fora que
sobrevivem. Então eu gostaria muito de ver isso mudado,
gostaria de ver isso acontecer de maneira diferente aqui.
A grande mídia não valoriza o Metal no
Brasil. Na sua opinião, como poderíamos viabilizar
a sobrevivência do estilo no país? Você
acredita na união entre as bandas nacionais?
André Matos: Claro! Sabe, tem
que criar um tipo de um movimento, como havia nos anos 80.
Você vê, hoje o rap é valorizado, o axé
music é valorizado, pagode, porque? Porque os caras
são forte, os caras tem um movimento, eles conseguem
o apoio das gravadoras, o apoio da mídia. E o Heavy
por incrível que pareça, eu acho que até
mais aqui no Brasil do que em outros lugares, é uma
disputa o tempo todo, é uma falta de companheirismo.
Então eu quero acreditar em pessoas que estão
tentando fazer essa união, como é o caso do
HEAVY MELODY, que está tentando sempre fazer eventos,
unir as bandas, mostrar que todo mundo está junto.
Por exemplo, você me perguntou sobre todas essas bandas
lá de fora, como eu te falei, a gente já tocou
junto, a gente se conheceu, ficou amigo e tal, e sem essa
rivalidade que existe aqui dentro. Então isso que
é chato aqui, isso é o que tinha que mudar,
eu acho que não é um problema só do
Brasil, é um problema da América Latina em
geral, mas que tem que mudar.
Como fã de Malmsteen, como vê a entrada
de Michael Vescera no Dr. Sin?
André Matos: Pois é,
eu até estava conversando com o pessoal do Dr Sin,
que é uma das poucas bandas que a gente tem um tipo
de relacionamento saudável até e achei legal,
achei que deu uma força para eles, mas é complicado
essa coisa de você colocar um vocalista que não
é daqui, não mora aqui, porque o cara não
está sempre disponível. Por exemplo, o Dr
Sin tem que fazer vários shows agora no interior
e vau acabar indo o Andria cantar mesmo, porque o cara não
pode estar aqui e tal. Então eu acho assim, por um
lado ajudou e por outro lado prejudicou, eu acho que eles
deveriam repensar isso talvez e chamar alguém que
estivesse mais presente. Mas o cara é um ótimo
vocalista, quer dizer, não estou colocando em questão
o lado de qualidade da coisa toda que eu acho que valeu
muito pelo disco e tudo mais.
Como foi para você dividir o palco com Bruce Dickinson
durante aquele show do Angra em Paris? Existe algum outro
ídolo específico com que sonha dividir o palco?
André Matos: É, na verdade
não foi nem dividir o palco, ele foi um convidado
nosso, ele veio especialmente para o nosso show, e foi um
arranjo da gravadora lá, porque ele era conhecido
da nossa gravadora e a gravadora fez o convite e ele aceitou.
Ele veio exclusivamente para isso de Londres, veio pilotando
o avião dele para Paris, fez o show e voltou para
a casa no mesmo dia. Para mim, como eu já falei anteriormente,
quer dizer, foi o maior orgulho para mim, foi o maior sonho
que eu vi realizado em todo esse tempo de carreira, não
poderia ser melhor e é muita emoção
mesmo, uma coisa que eu não tenho nem palavra para
falar. Eu acho que eu tive muita sorte e estou até
conformado de que esse tipo de coisa não vai acontecer
de novo porque é o tipo de coisa que acontece só
uma vez na vida. Mas se eu pudesse escolher um outro ídolo
para dividir o palco, talvez o Peter Gabriel, que é
um cara que me inspira muito no ponto de vista musical,
seria esse ídolo também.
A propósito, qual sua opinião sobre a volta
de Bruce ao Iron e os boatos da volta de Halford ao Judas?
Você acha que atualmente os negócio$ falam
mais alto?
André Matos: Infelizmente eu
acho que sim, tanto acho que eu não fui ver o Iron
Maiden no Rock in Rio. Assim, eu realmente me recusei, aí
é uma posição radical minha, eu confesso,
mas quando eu tinha 13 anos eu fui ver o Iron Maiden no
Rock in Rio I em 85 e foi o melhor show que eu já
vi na minha vida e eu não quero apagar essa imagem
da minha memória vendo uma coisa que não é
mais a mesma. Ainda que tenham dito que o show foi do caralho,
que foi muito legal o show aqui e tudo mais, eu até
acredito que sim, eles são muito bons e competentes,
mas para mim eu não concordo com essa coisa do Iron
Maiden voltar com três guitarras, eu acho isso uma
apelação. Ainda se fosse o Iron Maiden com
a formação que eu vi no Rock in Rio, com apenas
o Adrian e o Dave, com aquela formação tradicional,
eu acho que meu coração iria falar mais alto
e eu ia lá para ver, mas com essa não, eu
não vou colaborar com isso, eu sou um fã radical.
Eu realmente parei no Seventh Son e continuo ouvindo esses
discos antigos com muito prazer e prefiro ficar ligado na
imagem que eu tinha antigamente do Iron Maiden e não
estragar isso com o que tá rolando hoje em dia. Se
o Halford voltar para o Judas, eu acho que é a única
saída para os dois, apesar de que dizem que o show
do Halford foi muito legal aqui também, nisso eu
até acredito, mas para o Judas Priest seria a saída,
porque não adianta nada os caras colocarem um vocalista
que é o clone do Halford, canta bem e tudo mais,
mas não tem aquele carisma, então eu acho
que seria a solução para eles mesmo.
Uma antiga curiosidade, na época que o Bruce saiu
do Iron e houve o concurso internacional para substitui-lo,
você foi cotado para o posto não é verdade?
André Matos: Fui. O pessoal
da Santuary procurou a EMI no Brasil e a EMI procurou a
Rock Brigade na época para obter algum material meu
e foi mandado alguma coisa. O Angra inclusive não
tinha nem o primeiro disco ainda, a gente mandou a demo,
os discos do Viper e a demo do Angra. E pelo que eu saiba
eles ouviram, escolheram a dedo os caras e tal e a resposta
que eu obtive foi que fiquei em quarto lugar. Bem, se eu
tivesse sido aprovado eu ficaria apavorado, seria muito
difícil recusar uma oportunidade dessas. Eu nem saberia
o que fazer pois eu estava começando com o Angra
e seria um grande dilema, mas eu ia tentar, seria uma coisa
irrecusável, mas eu ficaria apavorado.
Qual sua opinião sobre os organizadores que cobram
fortunas para que bandas brasileiras possam abrir shows
para as estrangeiras que vem tocar no Brasil, sabotando
o som dessas "cobaias" para não tirar o
brilho da atração principal?
André Matos: Isso é
um absurdo! Se eu fosse essas bandas eu me negaria a tocar
na verdade. É que eu sei que é uma oportunidade,
os caras não querem perder uma oportunidade, mas
no fundo isso acaba não ajudando em nada. De nada
ajuda você tocar com uma qualidade pior e ainda por
cima ter que pagar por isso. Então eu acho isso uma
falta de senso de tudo, falta de respeito, falta de consideração
com as bandas. Eu abomino a atitude desse tipo de organizador.
Qual a sua opinião sobre o projeto de intercâmbio
de shows entre Brasil e Argentina, estimulando a união
entre os bangers desses dois países? O que acha da
revista Epopeya estar abrindo espaço para as bandas
brasileiras?
André Matos: Pois é,
a Epopeya eu já conheço há muito tempo
e na verdade sempre abriu espaço para as bandas maiores
brasileiras, como era o caso do Sepultura e do Angra, e
agora esta abrindo para o Shaman também e outras
bandas brasileiras como o caso ai do Dark Avenger e tal.
Eu acho importantíssimo esse intercambio porque na
verdade esta todo mundo no mesmo barco aqui do Metal latino-americano,
desde do México ate o sul da Argentina e do Chile
e tem muitas bandas rolando e o próprio SHAMAN agora
vai sair em turnê latino-americana depois do show
em São Paulo, a gente vai fazer uns dez shows na
américa-latina a partir de Maio, desde do México
ate Argentina a gente vai tocar. Acho assim que e importantíssimo
também para que o publico daqui possa conhecer bandas
estrangeiras mas que estão mais próximas da
gente.
Você sempre está no Brasil ou na Alemanha
quando não está em turnê, a Alemanha
seria sua segunda casa?
André Matos: Sim, eu estou
sempre na Alemanha. Já tenho muitos relacionamentos
lá, inclusive eu aprendi a falar a língua
bem melhor agora. A parte dos compromissos profissionais,
eu tenho muitos relacionamentos pessoais mesmo na Alemanha,
que é praticamente a minha segunda casa. Mas nem
por isso justifica que eu fosse viver definitivamente na
Alemanha ou algo assim, eu passo algum tempo por ano lá
mas minha residência é aqui no Brasil, eu não
pretendo que seja diferente porque realmente sempre que
eu estou lá é muito bom mas eu sinto muita
falta daqui e só posso dizer que realmente estou
em casa quando estou aqui.
Muito obrigado pela entrevista, o espaço está
aberto para as considerações finais.
André Matos: Muito obrigado
a você Richard pessoalmente pela força que
você tem dado e a gente conta com essa parceria com
o HEAVY MELODY daqui para a frente sempre cobrindo os eventos
que o SHAMAN eventualmente esteja participando. Desejo a
vocês muita força, que o fanzine, posso falar
até a "revista", continue crescendo como
está e com essa qualidade tão legal que vocês
conseguiram atingir. E sem falar nos eventos, nesse projeto
de união do Metal nacional, contem com a gente sempre
que precisarem! E aos leitores também por todo o
apoio, a força que foi dada ao SHAMAN desde o início,
a gente espera ver vocês pelo Brasil!
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